quarta-feira, 14 de abril de 2010



















Primeira Parte da história do parto:



Meu sonho é escrever um livro relatando a vida de meu filho, o parto e suas consequencias. No dia 15 de maio de 1986, a uma hora da madrugada senti que a bolsa havia rompido, liguei para meu obstetra que me instruiu a ir para o Hospital Mãe de Deus às sete horas da manhã, chegando lá fiquei esperando por ele, que não apareceu antes das 20 horas, alegando que precisava cumprir sua agenda no consultório, quando comecei a ter contrações às 16 horas, mandou me botarem no soro, porque ele precisava atender seus pacientes agendados, acabei dormindo, quando acordei era noite, comecei a ter muita dor, perdi todo o líquido da placenta e já estava perdendo sangue, o médico dizia, esta tudo bem, você precisa esperar o anestesista, que só chegou às duas horas da madrugada no dia seguinte, quando me aplicou a a anestesia minha pressão baixou muito, perdi as forças, não consegui colaborar com o parto, eles muito apavorados começaram a empurrar minha barriga para baixo, sem sucesso, eles o sugaram, logo após foi uma correria, na época o hospital não tinha UTI pediátrica, transferiram ele para o Hospital Moinhos de Vento, fui conhecê-lo dois dias após o parto, quando fui liberada pelo médico,chegando lá, a minha vontade era de pegá-lo no colo e levar para casa, mas não foi possível, ele estava numa encubadora, cedado, respirando por aparelhos, fiquei muito assustada com o quadro que me deparei, em seguida uma neurologista me abordou, queria falar comigo e meu marido em uma sala reservada, minhas pernas tremeram, chegando lá, ela nos passou o veredito, que meu filho tinha sofrido uma lesão cerebral; e que o tipo de lesão só o tempo iria precisar, isto se ele sobrevivesse, neste momento sentimos o mundo desabar, meu marido quase teve um infarto, eu, mesmo desesperada, pensei em Deus, ele não iria me tirar meu filho, que já amava muito, queria ele com toda a força do meu coração, com ou sem sequelas, ele seria o nosso anjinho que chegou para iluminar nossas vida, daquele momento em diante procurei ser forte, por mim e meu marido; os dias foram passando e nós ali, junto dele, acariciando, conversando com ele, que iria melhor e ir para casa, onde tinha um lindo quartinho cheio de amor, esperando por ele, após 26 dias, venho a noticia tão esperada, ele estava de alta, fizeram mil e uma recomendações, inclusive me deram um pacote de sondas para alimentação pelo nariz, que deveria ser trocada a cada sete dias, por ele não poderia ser alimentado via oral, pos corria o risco de aspirar e morrer. Chegando em casa, muito feliz, tomei a decisão de tirar a sonda dele, e decidi, que ele iria sim, alimentar-se via oral, e isso com a minha ajuda. Então peguei uma mamadeirinha de chá pequena, coloquei um pouquinho de leite, que ainda conseguia tirar de meu peito com muito sacrificio, por estar muito estressada quase não tinha, então, peguei-o no colo e deixei cair uma gota de leite na boquinha dele, quando ela desseu pela garganta, ele não afogou, pensei essa é a primeira de muitas que virão, e assim passei dias e noites, alimentando-o de gota em gota, ensinei ele a sugar, aos poucos fui dando papinhas; resultado, tomou muitas mamadeiras, chupou bico, comeu muitas frutinhas, papinhas, enfim, fiquei tão feliz, consegui o que os médicos achavam impossível. Por isso acredito, tudo que é feito com muito amor, carinho e dedicação e principalmente com fé, o resultado só pode ser positivo.

Um comentário:

  1. Oi Sandra,achei teu relato lindo,só não consegui conter a emoção,afinal vivenciamos grande parte dessa historia,que pra nós que nos consideramos da familia foi muito emocionante! Sabe ...eu acho que o Tiaguinho quando estava ainda la no céu te escolheu como mãe,afinal ele sabia que iria precisar do teu amor e incansável força,tinha que ser tu mesmo.Um beijo grande na familia toda!

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